quinta-feira, 26 de novembro de 2020

LIDANDO COM A IRA

 

 

 


 Mais um ano está se encerrando e, mesmo que nem tudo tenha acontecido exatamente conforme planejamos, estamos vivos. Os dias se renovam, a vida segue e temos a chance de tentarmos mais uma vez ou fazermos melhor aquilo que já temos realizado. Por tudo isso, a alegria e a gratidão devem permear tudo o que fazemos. Esta realidade torna a vida mais descomplicada e habilita o indivíduo a um viver pleno e positivo. No entanto, vez por outra situações que se interpõem nos cursos das nossas rotinas podem nos levar a perder esta paz de espírito. São pessoas, acontecimentos e problemas, que parecem surgir enviados do mal para nos testar. Desde uma pequena contrariedade com um filho ou cônjuge até um grande aborrecimento no trabalho. Todos nós podemos viver aqueles momentos em que “o sangue ferve”. Quem nunca se irou?! Quem nunca se viu em tal irritação que quase o levou a perder a cabeça?! A falar o que não devia?! A pesar a mão mais que o necessário?!

Para situações como estas, São Paulo advertiu: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo” (Efésios 4.26,27). É fato inconteste que a ira é algo natural. Contudo, dominá-la é uma habilidade que precisa ser aprendida. A palavra grega utilizada por São Paulo traduzida por “ira” fala de um forte impulso natural na direção de quem o provoca. A ira em si não é ruim, a sua força pode converter-se numa profunda indignação frente a algo que não está correto. A ira oportuna é uma comunicação do sentimento de um homem de bem diante da injustiça e diante de algo errado. Há, pelo menos, três maneira de lidar com a força da ira, duas das quais são negativas, mas uma é a forma positiva de manuseio desta grande energia que todos nós possuímos.

A primeira forma de lidar com a ira é “explodindo”. Pôr para fora a ira num ato imediato e irrefletido atingirá aquele que o provocou, mas não sem dirigir estilhaços também à pessoa irada. A segunda forma de lidar com a ira é guardá-la dentro de nós. Interiorizar a ira é danoso, pois aquela energia produzirá irritação, impaciência, mau humor, ressentimento e toda sorte de maus sentimentos que afetarão inicialmente o indivíduo, mas reverberarão nas pessoas ao seu entorno. Por fim, resta-nos o modo sábio de lidar com a ira, a saber: Dirigir a energia na busca de solução. Apontar a ira para o outro ou para nós mesmos é danoso, mas direcioná-la para o problema é produtivo. Buscar a correção justa ou a solução do problema ocupa o pensamento, evita o ruminar ressentido, o excesso de justiça, a ofensa e a perda da razão, além de ajudar a controlar a ira. Esta busca por solução é motivacional e construtiva não só para a pessoa irada, como também para todos aqueles que estão ao seu redor. Este é o caninho!

Que o Senhor dos Exércitos nos ajude, como homens livres que somos, a trilhar sempre o caminho da prudência que nos conduz à luz da verdade. Que possamos lidar com os impulsos da ira de forma saudável e produtiva. Para concluir, apelo ao Livro Sagrado e às simples, porém profundas, palavras do Sábio Salomão: “O longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura” (Provérbios 14.29).

Que Deus nos abençoe

 Pr. Émerson Profírio


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